Texto: Fernando Magalhães
Individuo pré-disposto a lutar de forma aguerrida por seus propósitos, incrementando seus treinamentos em quantas madrugadas for preciso para chegar lá.
Djan Garrido Madruga: um nome com posicionamento. Uma virtude comprovada pelos estudos de marketing que norteiam a importância do conceito para construção de trajetórias rumo ao sucesso.
Chegar lá, nos primórdios da sua experiência como nadador, significava ser o melhor no Rio. Sem demora passou a ser: tornar-se o melhor do Brasil, ir a Olimpíada e subir ao pódio olímpico.
Não é possível afirmar que ouvir o próprio nome a exaustão ajudou a fortalecer sua mente, mas o fato é que Djan dedicou-se ao extremo, vislumbrou possibilidades, encarou os desafios e tornou-se um atleta extraordinário, colecionador de feitos notáveis. Algumas décadas já se passaram desde a conquista de sua maior honraria, mas ele segue construindo seu legado para o esporte nacional.
Os fatos impressionam e comprovam: Djan é um dos maiores nomes da história da natação brasileira. Por isso, após os reconhecimentos de Tetsuo Okamoto e Piedade Coutinho, é com grande honra e prazer que anunciamos Djan Garrido Madruga como o terceiro nome a figurar no Hall da Fama da Natação Brasileira.
O início
Praia de Copacabana. Rio de Janeiro, 1965. O mar calmo motiva a tranquilidade de D. Preciosa Madruga, que dedica seus cuidados ao pequeno Rojer de 1 ano. Djan, com 7 anos incompletos, brinca com um colega como de costume. De repente, uma vala! O garoto não dá pé, perde o amigo de vista, é jogado para fora da arrebentação e fica entregue ao destino, sem meios de lutar contra o mar. Felizmente, um banhista salvou os meninos.
O episódio do quase afogamento fez com que o Sr. Dirceu, o pai, matriculasse Djan na escola de natação da UFRJ na Urca. O objetivo era ter mais segurança nas atividades de lazer, mas logo um professor percebeu que o menino tinha jeito e recomendou o ingresso na equipe do Botafogo. Como petiz, evoluía em todos os estilos, destacava-se no nado de costas e ganhou suas primeiras medalhas.
Aos 11 anos, uma estagnação. Os adversários cresceram antes. Djan teve uma fase de desmotivação, mas continuou. Aos 12 anos, chegou a disputar e perder de uma seletiva para o Campeonato Sulamericano. A frustração levou-o a repensar o futuro e ele decidiu mudar de clube.
No Fluminense começou o trabalho com o técnico Denir de Freitas. Djan gostava muito de treinar, passou a dedicar-se às provas de fundo e iniciou um período de evolução impressionante.
Seleção brasileira
Djan nunca conseguiu uma vaga para um campeonato sulamericano de categoria, porém, aos 15 anos conquistou uma vaga na Seleção Brasileira que disputou o Sulamericano absoluto em Medelin na Colômbia.
Ainda em 1974, fez sua segunda competição internacional. Disputou o Campeonato Canadense e na sequência o US Open – aberto dos Estados Unidos – na Califórnia. A estrutura surpreendeu, desde o tamanho das arquibancadas, mas principalmente o nível técnico. Retornou ao Brasil com a vontade de voltar e voltar para vencer.
Em 1975, fez 15m56s20 na III Copa Latina de Natação em Las Palmas na Espanha, tornou-se o primeiro atleta sulamericano a nadar os 1500m livre abaixo dos 16 minutos e ainda alcançou o índice para participação nos Jogos Olímpicos de Montreal.
PAN 1975 – Cidade do México
Em sua estreia em Jogos Panamericanos, aos 16 anos, Djan conquistou a medalha de bronze nos 400m e 1500m livre.
Jogos Olímpicos 1976 – Montreal
Djan fez sua primeira participação nos Jogos Olímpicos aos 17 anos e alcançou resultados surpreendentes.
Na eliminatória dos 400m livre fez 3m59s, venceu sua série, quebrou o recorde sulamericano, o recorde olímpico e tornou-se o primeiro homem a nadar abaixo de 4 minutos em Olimpíadas.
Na final, mais superação: 3m57s18 e o quarto lugar.
Nos 1500m livre Djan melhorou em 36 segundos o seu melhor tempo, fez 15m19s84, estraçalhou seu próprio sulamericano e também chegou em quarto lugar.
Indiana
Com os resultados dos Jogos Olímpicos, Djan recebeu várias ofertas de bolsa de estudos em universidades americanas. Ele percebeu isso como uma oportunidade espetacular em diversos aspectos:
Primeiro porque o pai de Djan era engenheiro da Petrobrás, foi destituído de seu cargo após o golpe militar de 1964 e virou taxista para prover a família. As possibilidades ficaram restritas, havia dificuldade para compra de equipamentos e os filhos estudaram em escola pública. Estudar numa universidade americana abriria mais possibilidades para a vida profissional quando terminasse a carreira de atleta.
Segundo pela logística do dia a dia. No Rio de Janeiro, Djan tinha que andar de ônibus e os deslocamentos entre o clube e a faculdade tomariam um tempo precioso, seja de treino, estudo ou de descanso.
E finalmente pelo treinamento em si. Djan treinava sozinho no Fluminense. Nos EUA treinaria com colegas de altíssimo nível e com um técnico que estava na vanguarda dos conhecimentos em biomecânica e fisiologia.
Escolheu a Universidade de Indiana, foi cursar Educação Física e treinar com Doc Counsilman, o mesmo treinador de Mark Spitz.
Obstinação pelo pódio olímpico
Depois da fantástica participação em Montreal, o céu passou a ser o limite para Djan Madruga. Em seu planejamento até o pódio olímpico uma fixação: ganhar do campeão e recordista olímpico Brian Goodell. A melhor maneira de alcançar isso, na mente de Djan, era treinando com ele.
Em 1977, Djan foi para Mission Viejo treinar com outro conceituado técnico americano – Mark Schubert – e dividir a piscina com o alvo de sua fixação.
Competições no Brasil
Anualmente, Djan desembarcava no Brasil para participar do Troféu Brasil. Na época não havia limite de participação em provas individuais, e o Fluminense aproveitava seu potencial para marcar muitos pontos e ganhar títulos.
Em 1978, Djan nadou 9 provas individuais: 100m, 200m, 400m e 1500m livre. 200m costas. 100m e 200m borboleta. 200m e 400m medley. E três revezamentos 4x100m, 4x200m livre e 4x100m medley. Ganhou todas. Isso mesmo, 12 medalhas de ouro em uma única edição do Troféu Brasil.
Na edição seguinte, os dirigentes limitaram o número de participações dos atletas em 5 provas individuais.
Ao longo de toda sua carreira, venceu 50 provas no Troféu Brasil. Importante frisar que naquela época, embora o Troféu José Finkel já existisse, era uma competição de pequeno porte, portanto o único evento que reunia todos os grandes nomes da natação brasileira no ano, era o Troféu Brasil.
O senhor da América do Sul
Em 1979, Djan monopolizou todos os recordes do continente nas provas do nado livre. Isso mesmo, dos 100m aos 1500m todos os recordes eram dele.
Esse feito já havia sido alcançado pelo argentino Alberto Zorilla, que foi campeão olímpico na década de 20, mas nunca mais foi repetido.
Além disso, ele também foi recordista sulamericano nas provas de 200m costas, 200m medley e 400m medley. E brasileiro dos 200m borboleta.
PAN 1979 – San Juan
Numa época em que os Estados Unidos enviavam seus melhores atletas para disputar os Jogos Panamericanos, para conquistar uma medalha de ouro no PAN, na maioria das vezes era preciso ganhar do campeão olímpico.
Em Porto Rico, Djan ganhou do vice, conquistou a prata nos 400m e 1500m livre e mais algumas medalhas. Ao todo, meia-dúzia, sendo 3 de prata e 3 de bronze. Um recorde para um único atleta brasileiro em todas as edições dos Jogos, que só foi superado por Thiago Pereira na edição de 2007.
Copa do Mundo
Na primeira edição da Copa FINA, realizada em Tóquio no Japão, Djan foi o único atleta sulamericano a conquistar uma medalha de ouro. Venceu a prova dos 400m e segundo reportagem da revista Nado Livre, deslumbrou o público japonês.
Universíade
Essa competição era conhecida como os Jogos Olímpicos para atletas universitários e era muito badalada na época do amadorismo no esporte, pois a maioria dos atletas do topo dos rankings mundiais, em diversas modalidades esportivas, era universitário. Naquela época, habitualmente as carreiras encerravam-se após a graduação e as pessoas passavam a dedicar-se a vida profissional.
E nesse contexto, Djan ganhou a medalha de ouro nos 400m medley na Universíade da Cidade do México em 1979 e ainda conquistou a medalha de prata nos 200m costas.
US Open 1980
Essa competição foi realizada no mês de abril, em Austin, no estado do Texas e tornou-se um evento muito especial para Djan:
Lembram que em 1974 em sua 1ª participação no US Open ele disse que queria voltar e vencer? Ele venceu, os 800m livre e os 400m medley.
Lembram que após Montreal ele fixou como meta ganhar do campeão olímpico Brian Goodell? Ele ganhou, nos 400m, 800m e 1500m livre.
Os tempos foram excelentes:
3m53s91 nos 400m livre – recorde sulamericano
4m25s30 nos 400m medley – recorde sulamericano
7m59s85 nos 800m livre – recorde sulamericano e segunda melhor marca de todos os tempos (assista abaixo o vídeo desta espetacular performance).
E de quebra, teve finalmente sua foto publicada na matéria sobre torneio que foi publicada na Swimming World, principal revista de natação do mundo.
Jogos Olímpicos 1980 – Moscou
Os resultados alcançados no US Open, o boicote da equipe americana e todo histórico da carreira geravam na população brasileira, em toda comunidade aquática e no próprio Djan, uma grande expectativa por medalhas.
Importante citar que em Moscou aconteceu a 20ª edição das Olimpíadas da Era Moderna e até aquela altura o Brasil havia conquistado somente 16 medalhas, considerando todos os esportes. Duas delas foram na natação, com Tetsuo Okamoto em 1952 e com Manoel dos Santos em 1960.
Os programas esportivos, a revista Manchete e até o jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues abriu espaço em sua coluna no Jornal dos Sports para “pedir” a medalha ouro.
O voo de Los Angeles a Moscou durou cerca de 30 horas e aconteceu 5 dias antes da primeira prova. Um período muito curto de aclimatação diante da diferença de fuso horário e considerando que no destino estava a competição das competições.
A primeira prova foi os 1500m livre e antes da eliminatória Djan cortou o pé. Foi para o bloco de partida desconcentrado pelo acidente, nadou mal, 34 segundos pior que no US Open e não passou das eliminatórias. Foi um baque enorme para ele e um choque para a torcida brasileira.
A dúvida se instalou na mente de Djan sobre o que estaria por vir e a possibilidade de realizar o sonho do pódio olímpico.
A prova seguinte era o revezamento 4x200m livre, aquela em que em sua avaliação tinha menores chances de ganhar a medalha, ainda mais, diante da performance dos seus colegas na prova dos 200m livre.
O que aconteceu foi absolutamente surpreendente: Jorge Fernandes, Cyro Delgado e Marcus Mattioli deram um show de superação! Cada um melhorou cerca 2s do tempo da prova individual e Djan fechou como o grande campeão que sempre foi, segurando adversários e levando a equipe ao pódio olímpico: medalha de bronze para o Brasil!
O tempo 7m29s30 foi três segundos melhor que o tempo da eliminatória e nove segundos melhor que o recorde sulamericano anterior obtido no PAN de San Juan. A marca que permaneceu por 12 anos.
Clique aqui para ver o resultado. A diferença entre o segundo e o sétimo colocado foi de apenas 2s22. Veja abaixo o vídeo dessa prova.
Retomada a confiança e com a pressão diminuída por já ter conseguido uma medalha, Djan classificou-se com o 3º tempo para a final dos 400m livre. Na final, fez 3m54s15 e chegou em 4º lugar, 20 centésimos atrás do terceiro colocado.
Acompanhe a prova publicada no youtube. Essa foi a última edição das Olimpíadas em que os países podiam ter três representantes por prova.
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=3ZyGY1EDmws]
Nos 400m medley, caiu para nadar a final na raia 1, passou o parcial do costas em primeiro, perdeu terreno no nado de peito, não conseguiu recuperar no crawl, marcou 4m26s81 e ficou em 5º lugar.
Assista prova e veja que curioso os nomes no placar e a locução em russo.
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=tauO4G6saj8]
A Olimpíada não foi a que Djan sonhou e planejou, mas são grandes feitos, coroados com um metal bronzeado que o coloca para sempre na história da nossa natação.
Mudança de foco
Cansado dos longos anos de treinos insanos, sem perspectiva de realizar um novo ciclo olímpico com a mesma intensidade, Djan diminuiu o ritmo na piscina e passou a focar nos estudos. Afinal, uma medalha olímpica é um marco para toda a vida, mas não garante o futuro de ninguém.
Após a graduação, Doc Counsilman convidou-o para ser seu assistente em Indiana, abriu-se a oportunidade de Djan ingressar no mestrado e continuar treinando ali. Era o ideal para Djan que já projetava uma carreira como treinador de natação. Ele valoriza muito a importância de Counsilman, não só como treinador, mas como um mentor para a sequencia de sua trajetória pessoal e profissional.
Ele não repetiu mais seus melhores tempos mas seguiu muito competitivo.
Em 1982 foi o primeiro nadador brasileiro a realizar treinamento de altitude no México. No mesmo ano participou do Campeonato Mundial em Guayaquil no Equador, junto com seu irmão Rojer, que foi finalista na prova de 400m medley.
Nadou seu terceiro PAN em Caracas, na Venezuela em 1983, ganhando mais duas medalhas de prata em provas de revezamento.
Nadou sua terceira Olimpíada em Los Angeles, 1984. Foi 4º colocado na Final B dos 200m costas e participou das provas de revezamento.
Em 1982 começou a abrir seus horizontes e participar de provas de Triatlo, logo após o surgimento dessa modalidade esportiva. Em 1984, participou do IRONMAN do Havaí e quebrou o recorde na parte da natação. Competiu na modalidade até 1987 sendo um dos grandes incentivadores do início do Triatlo no Brasil.
Em 1988 passou a promover eventos. Em 15 anos foram mais de 200 dos mais diversos esportes. Na década de 90, a Djan Madruga Promoções trouxe ao Brasil os Duelos de Natação, que encontraram espaço de transmissão na TV aberta, na extinta Rede Manchete. Uma novidade antes da chegada das tevês a cabo ao país.
Em 1998 inaugurou a Academia Djan Madruga no Recreio dos Bandeirantes no Rio de Janeiro. Sua iniciativa promove a diferença na vida dos seus alunos através de atividade física bem orientada.
O sonho de ser treinador, adiado por longos anos, ganhou espaço ali. Não na intensidade, nem no nível em que havia imaginado, mas aconteceu.
Djan tem um engajamento político e foi Secretário Nacional de Esporte do Governo Federal por dois anos, designado como responsável pelo programa Bolsa Atleta. Participou da campanha que escolheu o Rio de Janeiro como cidade sede dos Jogos Olímpicos de 2016.
Em 2010, Djan formalizou junto a CBDA, o Desafio dos 800 – um estímulo ao desenvolvimento dos fundistas do Brasil. O primeiro atleta que superar o tempo do seu antigo recorde sulamericano de 7m59s85 nadando sem trajes tecnológicos, receberá do próprio Djan a quantia de 5 mil dólares.
Hoje atua na CBDA e é responsável pela TV CBDA, programa que valoriza os atletas e transmite via internet as competições que não são transmitidas via TV a cabo.
Seu legado ao esporte não para de crescer. Em 2013 liderou a vitoriosa campanha que impediu a demolição do Parque Aquático Julio Delamare, palco de tantas competições e lugar de promoção do bem-estar da população fluminense.
Djan nunca parou de nadar. Gosta muito. De treinar e de competir. Em anos de mundiais de master da FINA, intensifica seus treinos e vai reencontrar antigos rivais e experimentar um deja vu de suas épocas áureas.
Já quebrou 4 recordes mundiais em diferentes categorias, ganhou 12 medalhas de ouro em mundias masters da FINA e inspira muitos publicando seus treinos no Facebook.
É uma história de devoção ao esporte e uma coleção de feitos notáveis do atleta mais completo que tivemos em nossa natação. Marcas extraordinárias, recordes duradouros e uma medalha olímpica. Por isso a partir de agora ele tem seu nome eternizado no Hall da Fama da Natação Brasileira.
Slideshow em homenagem a Djan Madruga:
Algumas publicações da época
Entrevista para a Revista Nado Livre, número 1, 1979
Revista Nado Livre, número 3, 1979
Swimming World, 1980
Referências
1 Comitê Olímpico Brasileiro (2004). Sonho e Conquista: a Participação do Brasil nos Jogos Olímpicos do Século XX. Rio de Janeiro.
2 Guerrero, Luis Antonio (1979). Nado Livre – Revista dos Esportes Aquáticos, n.2, pp 8-9. SBR Editora e Artes Gráficas.
3 Guerrero, Luis Antonio; Segura, Ailton José; Chaer, Márcio Osmar (1979). Nado Livre – Revista dos Esportes Aquáticos, n.2, pp 10. SBR Editora e Artes Gráficas.
4 Junqueira, Pedro (2008). Rumo a Moscou – parte III (final). Best Swimming. Publicado em 26 de junho de 2008.
5 Leite, Joel; Guerrero, Luis Antonio; Segura, Ailton José; Chaer (1979). Nado Livre – Revista dos Esportes Aquáticos, n.3, pp 6-9. SBR Editora e Artes Gráficas.
6 Madruga, Djan. Perfil Atlético no site oficial. www.djanmadruga.com.br. Criart design. Página visitada em 14 de setembro de 2013.
7 Pussieldi, Alexandre (2010). Desafio dos 800 oficializado. Blog do Coach. Publicado em 19 de abril de 2010.
8 Takata Gomes, Daniel (2012). Um Caso de Amor com o Esporte. Revista Swim Channel. 4a edição. Editora Swim Channel Ltda.
Esse post foi elaborado por Fernando Cunha Magalhães com contribuição de Djan Madruga, Daniel Takata Gomes, Carlos Dudorenko, Marcelo Menezes, Renato Cordani e Rodrigo Munhoz.
Uma honra e um grande prazer conhecer o Djan e ter podido, em várias competições, ter compartilhado da sua presença. O cara merece a honraria de ser o terceiro no Hall da Fama e muito mais. Daqui, do meu cantinho, mando-lhe um forte e reconhecido abraço. E os parabéns ao Epichurus pela nomeação.
Excelente texto! Impressiona como era forte a geração de 70/80 do Brasil, com Djan, Pradinho, Jorge, Cyro, Rojer Madruga, Mattioli, Chicão, Jucá, Romulo, e tantos outros. Os feitos de Djan foram fenomenais. Difícil comparar Djan com Tetsuo dada a distancia cronológica dos dois, mas com certeza foram os dois maiores fundistas da história do Brasil, nessa modalidade (fundo) quase abandonada hoje em dia e tão carente de talentos. Merecidíssima a homenagem e indução no Hall of Fame!
Não poderia deixar de deixar aqui uma homenagem ao Djan.
Rival em algumas provas (nas competições de clubes) e companheiro na seleção que tive o prazer de compartilhar por alguns anos.
Acho que diversos adjetivos e características podem ser atribuídas ao Djan, mas para que dividiu (algumas vezes) com ele a famosa “animal lane” com ele em Mission Viejo, uma sempre se sobressairá: DEDICAÇÃO…
Duas delas rapidinha:
1ª) foi para o meu 1º Mundial, em Berlim/78… eu com 16 anos, dividindo a seleção com Djan, Rominho, Ian, Mattiolli, Maria Eliza, Flávia Nadalutti (se estou esquecendo alguém, me perdoem)… ficariámos 15 dias treinando numa cidadezinha no interior da França (Maubisson)…
se tinha alguém “comendo água” era ele… séries de 15×100 a cada 1´05″ com média de 1´00″… era pinto pra ele (só como exemplo)…
teve uns 2 dias que estranhamos 2 gringos na piscina, de cronometro na mão, marcando cada tiro dele… e ao final ficavam doidos com o treino dele…
e não tinha um dia em que ele não treinasse perto dos 100%… inclusive 2 anos depois quando me juntei a “gang” brasileira treinando em Mission Viejo, sua atitude era a mesma, e parecia mais intensa a cada dia;
2ª) sua quase obsessão por detalhes (que na época considerávamos não tão importantes). O nosso revezamento 4×200 na realidade foi formado em 79, na Copa Latina/RJ quando pela primeira vez 1 revezamento ganhou. Mas a ordem de nadar nós definimos meses antes, onde eu seria sempre o 1º, Mattiolli se não me engano o 2º, Cyro em 3º e por último o Djan… e sempre que nos encontrávamos procurávamos treinar as passagens de revezamento, onde para a tecnologia da época, atingíamos quase a perfeição… e em Moscou Djan nos levou pro quarto dele e nos propiciou (especialmente para mim, que foi a 1ª vez) uma mentalização prévia de como seria nosso revezamento, inclusive com a saída da sala de concentração, caminhada até o bloco, estádio cheio, subida no bloco, largada, forma de nadar, virada, chegada, etc. Acreditem, pois no dia da final (sempre acreditamos nisso) o fatos iam acontecendo como um “dejá vous” (se é assim que se escreve !!!)… Tudo já parecia familiar, e o nervosismo foi substituído pela ansia de chegar no bloco, e nadar exatamente como tínha(mos) mentalizado dias antes.
Acho perfeita a indicação, e agradecimentos aqui hoje se tornam poucos.
Parabéns “Didja” (como gosto de chamá-lo).
Além de ter sido um prazer, foi (e ainda é) ter dividido/participado com voce uns poucos momentos da história da natação brasileira.
Um grande (coloca grande nisso) abraço.
Jorge Fernandes.
Parabéns ao Djan! Uma homenagem mais do que merecida. Lembro de ainda bem novo nadar algumas provas com o Djan nos Campeonatos Cariocas Absoluto – o famoso ‘Cariocão’. Certamente o Djan nadava meio que de brincadeira, somente para ajudar seu clube já na segunda metade dos anos 80, mas lembro que era uma honra para mim (e certamente para outros jovens nadadores) cair na água com ele. Isso motivava a nova geração, e deixava todos motivados.
Estou ansioso pela entrevista.
Grande post para um enorme nadador. Também estou curioso pela entrevista de quinta!
Eu como fundista em minha época de nadador tinha como ídolos o Djan Madruga e o Vladimir Salnikov. A longevidade dos recordes dele nos 800 e 1500 livre comprovam que o talento dele para as provas de fundo era impressionante.
e um detalhe muito importante… foi o único nadador que vi (e que me lembre) de nadar todas as provas de fundo com pernada de 6 tempos…
Excelente homenagem ! O Djan sempre esteve a frente de seu tempo. Essa eh a melhor definicao na minha opiniao. O modo de treinar, o local q escolhia p treinar (e os tecnicos), depois o triatlon, a academia, o engajamento politico etc. Se nao me engano ajudou a fundar a associacao das academias. E para completar a tecnica. De todos aqueles na final o melhor estilo era o dele, corroborando c o q o Jorge falou acima da pernada. E sobre Moscou, todos imaginamos o q faziam os nadadores da cortina de ferro … qq coisa valia p mostrar ao mundo o poderio deles (eh soh lembrar o salto do Joao do pulo). Para fechar minha linha de raciocinio sempre discordei aqui q o nivel da nossa natacao hj estah km a frente daquela epoca (fui voz dissonante aqui em outros posts). Essa geracao ai de cima c o mesmo apoio de hj teria resultados melhores na minha opiniao. O Jorge em 81 fez o 4o tempo do mundo, Rominho, Pradinho, as chances de medalhas eram parecidas c as de hj, c a diferenca q a grana despejada (mesmo proporcionalmente a epoca) eh muito maior. Verdadeiros herois esses caras. Lembro de ir a uma reuniaozinha da equipe na casa do jorge e ficar impressionado c a medalha na parede. Via o esforco dele nos treinos, conciliando c a faculdade de engenharia, eram verdadeiros exemplos.
Grande Djan !!! Parabens pelo post.
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